Bambambãs da medicina Dão Injeção de Excelência em Hospitais Públicos
Profissionais renomados atendem carentes e ajudam a melhorar a rede estadual
Publicado:
Atualizado:
RIO - Movidos pelo amor à medicina e interessados em exercer a
cidadania, profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente
estão dividindo seu tempo entre consultórios e hospitais particulares,
onde sempre atuaram, e a rede pública de saúde. Considerados pela
Secretaria estadual de Saúde como a tropa de elite da rede pública e
apelidados de bambambãs nas unidades em que trabalham, o neurocirurgião
Paulo Niemeyer Filho, o cirurgião bariátrico Cid Pitombo, o cirurgião
plástico Bruno Costa e o microcirurgião João Recalde oferecem
atendimento de qualidade a pacientes carentes e contribuem também para a
melhoria dos hospitais públicos. Eles exigem tecnologia de ponta e
infraestrutura para desenvolver seus trabalhos nos polos de excelência
que o governo estadual está criando.
Um dos melhores
neurocirurgiões do país, Paulo Niemeyer Filho, de 60 anos, já atuou na
filantropia quando assumiu o Instituto de Neurocirurgia da Santa Casa de
Misericórdia. Agora, está prestes a assumir uma nova empreitada: o
Hospital do Cérebro Paulo Niemeyer, cujo nome é uma homenagem ao pai
dele, outro médico renomado. Previsto para entrar em funcionamento no
segundo semestre, a unidade fica na Rua do Resende, no Centro, no local
do antigo Instituto de Traumato-Ortopedia (Into).
— Todo médico
tem o desejo e deveria participar do aspecto social e de ensino. O Rio
tem carência de hospitais eletivos. Locais para fazer cirurgias de mal
de Parkinson e tumores de cabeça — explicou o neurocirurgião.
Hospital terá leitos para pacientes com AVC
A
nova unidade contará com o que há de mais moderno. Um dos itens, citado
por Paulo Niemeyer, é um aparelho de ressonância que funciona dentro do
centro cirúrgico. Segundo o médico, no Brasil apenas o Sírio Libanês,
em São Paulo, tem um, que seria adaptado. O serviço também vai preencher
uma lacuna na rede pública de saúde: o atendimento às vítimas de
acidente vascular cerebral (AVC), aneurismas e outras doenças
neurológicas. Serão 60 leitos destinados aos casos de AVC.
Outros
tipos de problemas também estão tendo atendimento de médicos vip. O caso
de Lucas Alberto Ferreira de Oliveira, de 12 anos, é um bom exemplo
disso. O menino foi atropelado, em dezembro de 2010, em Xerém, em Duque
de Caxias, e teve a perna direita cortada. O membro ficou preso ao corpo
apenas pela pele. Socorrido e levado para o Hospital Adão Pereira Nunes
(Hospital de Saracuruna), também em Caxias, Lucas foi atendido pela
microcirurgião João Recalde, de 56 anos. Hoje, depois de dez cirurgias,
Lucas faz as atividades preferidas com amigos: andar de bicicleta e
jogar futebol. Na casa humilde do bairro Jardim Primavera, a mãe do
menino, Patrícia da Silva Pereira, hoje é pura felicidade.
— Meu
filho teve um tratamento vip. Não esperava que em um hospital público
ele recebesse um tratamento como o que recebeu, de qualidade e melhor do
que o oferecido em muito hospital particular — disse Patrícia.
O
serviço de reimplante foi montado no Hospital de Saracuruna depois de um
episódio triste. Em 2008, Ana Catarina Santos teve o braço amputado
quando tinha 10 anos. A menina, que morava num abrigo para órfãos em
Areal, tentou tirar roupas de uma máquina de lavar industrial em
funcionamento e teve o braço decepado. Não havia local na rede pública
com equipe para fazer o atendimento. Ela foi levada de helicóptero para o
Saracuruna e o médico João Recalde foi chamado.
— Diante das
dificuldades de atender ao caso da Ana Catarina, o governo estadual
decidiu criar o serviço. O Saracuruna foi equipado com todo material
necessário e uma equipe de profissionais fica de prontidão. Já foram
realizados 105 reimplantes, sendo 15 deles macroimplantes, que são os de
pernas e braços. O restante são os microimplantes de dedos, orelhas e
outros — explicou Recalde.
Para o sucesso do serviço, o
entrosamento com as equipes de atendimento de urgência tem sido
fundamental. Segundo Recalde, no casos de pernas e braços, por exemplo, o
tempo máximo para o reimplante é de seis horas. Depois desse prazo, não
há chance de salvar o membro. João Recalde disse que a importância em
manter esse tipo de atendimento na rede pública é baseada no fato de
que, de acordo com as estatísticas, esses acidentes ocorrem com maior
frequência nas classes mais baixas.
Cirurgias bariátricas aumentam de 16 para 300
Um
dos cirurgiões bariátricos mais renomados do mundo, Cid Pitombo é
adorado pelos seus pacientes, a maioria mulheres. Ele comanda um setor
que foi remodelado exclusivamente para atender a pacientes obesos que
vão ser submetidos a cirurgias de redução de estômago. O novo setor
funciona no andar térreo do Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal
Hermes. Em um ano e três meses, ele fez 300 cirurgias, todas por
laparoscopia (método menos invasivo e mais seguro). Segundo ele, a rede
pública não conseguia realizar mais do que 16 cirurgias por ano.
FONTE: http://oglobo.globo.com/rio/bambambas-da-medicina-dao-injecao-de-excelencia-em-hospitais-publicos-4765974#ixzz1tQzawUyI
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.